Programa Mais Médicos é levado à área rural de Uberlândia

Iniciado em julho de 2013, o programa trouxe melhorias para os moradores do campo
Por: Bruna Pratali
           
            Desde o dia 25 de maio o setor de saúde da comunidade rural de Uberlândia mudou para melhor. Com a vinda do médico cubano Yúnior Afonso, 34 anos, pelo programa Mais Médicos, foram poupadas horas de viagem para a área urbana de Uberlândia e o aborrecimento com a demora no atendimento médico público. Yúnior, que conta com 11 auxiliares e três agentes de saúde, está atendendo na sede do assentamento Tangará, em um posto de saúde reformado pela prefeitura.
            O Programa Mais Médicos, lançado em 8 de julho de 2013, visa contribuir na melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS), além de levar profissionais para áreas desfavorecidas e investir na infraestrutura de hospitais. Para a comunidade rural uberlandense, foram destinados um médico e um dentista, que ainda não pôde atender pela falta da cadeira para os procedimentos. A intenção é que a ida às Unidades de Atendimento Integrado (UAI) possa ser gradualmente substituída pelo atendimento no próprio campo.
            Para Yúnior, a vinda ao Brasil sempre foi uma vontade. Depois de passar por dois processos seletivos, um em Cuba e um em território brasileiro, o médico foi encaminhado para Uberlândia. O objetivo é resolver o problema do paciente com a maior eficácia possível, pois mesmo sendo considerada uma melhoria, para os moradores do assentamento Cabaça ainda são 5 km de caminhada até chegar ao ponto de ônibus que leva ao posto de saúde. Para os que necessitam de atendimento, é feito o agendamento da consulta pelo celular das próprias enfermeiras e, quando possível, a solução é dividir o gasto da gasolina com outros pacientes.
            Segundo a moradora do assentamento Cabaça, Conceição Silva de Farias, 45 anos, a vinda de Yúnior foi mais do que positiva. “As consultas dele são bem demoradas. Você pode explicar o que você está sentindo. Na cidade, eu não sei se é falta de médico ou de interesse mesmo, mas somos muito mal atendidos”. Maria Francisca Caetano, 63 anos, José Clemente de Araújo, 65 anos, e os vários moradores de assentamentos do Triângulo Mineiro, também identificam melhoras no atendimento médico com o programa.
            Para o médico, embora a medicina brasileira seja eficiente, existe um problema de distribuição dos profissionais. “Aqui em Uberlândia não percebemos muito isso, pois é uma cidade referência no Triângulo Mineiro, mas existem regiões que o atendimento médico é precário”.
            São muitos os elogios feitos à Yúnior. A atenção, a preocupação em resolver a enfermidade, e a compreensão das dificuldades de transporte dos moradores rurais, são alguns dos motivos que levam alguns a marcarem horário só para conversar com o cubano. “Meu objetivo principal é dar o melhor de mim profissionalmente. O maior pagamento que nós temos aqui é ver o sorriso do paciente e ele recuperado. É isso".