UFU realiza projetos de agroecologia

Comunidade acadêmica e produtores rurais lutam por justiça socioambiental

 
*Esta matéria foi produzida para a 3ª edição do Jornal Laboratório Senso Incomum do curso de Jornalismo. Edição Jan./Fev. 2017.
Por: Ana Eliza Barreiro
20/02/2017
 
A agroecologia surgiu para repensar a relação entre o homem e o meio ambiente. Na UFU, grupos de estudo e projetos com a comunidade de pequenos agricultores da região buscam soluções nesse sentido. Os núcleos apoiam a agricultura familiar, auxiliando os trabalhadores de baixa renda interessados na transição agroecológica ou agroflorestal.
De acordo com Adriane Silva, coordenadora do Núcleo Agroecológico do Cerrado Mineiro (Nacem), de Monte Carmelo, a proposta de interação das atividades agrícolas com a proteção ao equilíbrio natural é importante no ensino das Ciências Agrárias. “O estudo da agroecologia é elementar para modificar o olhar sobre a agronomia tradicional”, explica.
Em Uberlândia, uma parceria entre associações rurais e o Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (Cieps) resultou na criação de uma feira agroecológica semanal. Cristiane Betanho, coordenadora do Núcleo de Estudos Agroecológicos (NEA) relata que as ações incluem trabalho de formação dos agricultores para a prática da agroecologia, com o apoio de docentes e estudantes. “É preciso ações concretas para valorizar as pessoas no cotidiano”, completa.
Breno Melo Faria, aluno de geografia e colaborador do projeto, acredita que as preocupações com a natureza e com a comunidade devem caminhar juntas. “A agroecologia é pensar o modo de trabalho dando significado para a qualidade de vida, por isso buscamos estimular a emancipação e empoderamento dos participantes”, afirma.
José Rubens Laureano da Conceição, trabalhador rural em transição agroecológica e militante do Movimento Libertário Sem Terra (MLST) acredita que a reflexão sobre os impactos ambientais é uma continuidade da batalha pela justiça socioambiental que modificou seu olhar sobre o trabalho no campo. “Temos um resgate da terra como vida, não como bem capital”, conclui.